domingo, 13 de julho de 2008

PELA PAZ AQUI E NA AMÉRICA LATINA!

Por Tiago Santiago

Você acredita que se proibirem o álcool, todo mundo vai parar de beber? Não! É claro! É só ver o que aconteceu em Chicago, durante a Lei Seca. O dinheiro do álcool ilegal foi investido em armas e munições usadas na guerra entre traficantes e policiais.

E você acredita que se proibirem a maconha e a cocaína, todo mundo vai parar de usar? O resultado é a guerra em várias cidades e vários países da América Latina, do Brasil ao México, com especial destaque para a Colômbia, com dezenas de autoridades mortas e seqüestradas e milhares de vítimas.

Vamos insistir no erro aqui no Brasil? Como diz a tradução popular de Cícero: errar é humano, insistir é burrice. Sejamos realistas: a guerra contra o crime em Chicago não foi ganha com a prisão de Al Capone, mas com a revogação da Lei Seca. Não adianta achar que só prender traficantes vai resolver o problema. Pode-se até conseguir eliminar o Pablo Escobar, prender o Beira-Mar ou até derrotar as FARC, mesmo assim o tráfico continuará. Qualquer quarto de empregada com uma lâmpada vira jardim de maconha. A jardinagem e a produção caseira tornam impossível acabar com as drogas. Como a Hidra de Sete Lernas, novos traficantes vão tomar o lugar dos presos, simplesmente porque milhares de pessoas não vão parar de fumar maconha nem cheirar cocaína. É utopia pensar o contrário. Não há como exterminar a maconha e a cocaína da face do planeta Terra, porque seu cultivo é um hábito milenar que interessa a milhões de pessoas, como o álcool ou o tabaco, por mais que sejam nocivos à saúde. Então como acabar com a guerra? A solução não é a repressão, que responsabiliza o usuário e o traficante. Pelo contrário, é a proibição que cria a guerra. A solução é o dinheiro da droga parar de ir para a compra de armas e munições e virar imposto para financiar saúde e educação.

Prefiro que o dinheiro da droga seja usado para melhorar os hospitais e para a campanha anti-drogas do que para esta guerra inútil cheia de vidas ceifadas e do sangue derramado de inocentes jovens e crianças .

Prefiro a maconha vendida em cafés, como em Amsterdam, do que em bocas-de-fumo vigiadas a metralhadora, onde jovens são presos ou mortos. Na Índia, haxixe e ópio são vendidos no mercado, e a campanha anti-drogas lá é maior que aqui.

Prefiro a cocaína controlada pelo Ministério da Saúde, com viciados com plena assistência médica e social. É muito melhor que ter um país dividido, com áreas controladas pelo tráfico de drogas; um país onde autoridades, juízes, parlamentares, jornalistas e cidadãos são corrompidos ou assassinados diariamente.

Prefiro o salário dos policiais aumentado pelos impostos da agricultura e comércio legal das drogas do que pela corrupção e pelo achaque armado aos usuários.

Quem acha que o mal vai ser maior com a legalização da droga, engana-se: a droga é sempre melhor sob controle do que descontrolada. É claro que o viciado vai preferir a compra legal no café ou na farmácia. É muito mais seguro que se arriscar na boca-de-fumo da favela ou mesmo no tráfico de viciados de classe média, amplamente disseminado nos apartamentos das grandes cidades latino-americanas.

A maconha poderá ser liberada, desde que consumida apenas nos cafés. Pela quantidade de consumidores, serão enormes os impostos gerados pela agricultura e comércio da maconha.

A cocaína – muito mais perigosa para a saúde, podendo mesmo ser fatal – poderá ser adquirida apenas em farmácias, em doses preestabelecidas por receita médica, como era hábito aqui no Brasil, na década de 30,no século passado.

A legalização é o golpe mortal nas contas do tráfico ilegal. O Brasil é historicamente a favor da solução pacífica das controvérsias internacionais. Seja o Brasil também a favor da paz no Brasil: anistia para os traficantes que entregarem suas armas e aproveitamento da mão-de-obra do tráfico para trabalhar em cafés legais, cujas concessões e impostos levarão a renda milionária das drogas para a saúde e para a educação e não mais para a indústria da guerra. Legalize já! Guerra não! Ajude a conscientizar! Pela paz!

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