Ao abrir os olhos, se deparou com um médico que o fitava com extrema simpatia.
- Doutor, em que ano estamos?
- 2008.
- Nossa! Bastante tempo, hein? O que aconteceu nestes vinte anos? Quem é o atual presidente?
- Lula.
- O que? O sindicalista? Mas ele nem fala inglês para negociar a dívida externa.
- Bem, senhor. Em fevereiro deste ano o Brasil zerou sua dívida externa.
- Não é possível!? É verdade?
- Sim, juro.
- Nossa, isso parece milagre... E aquela crise de abastecimento de álcool nos postos? Como ficou?
- Isso já não existe, seu João. Hoje o Brasil busca mercados para exportar a produção excedente e é líder na tecnologia para obtenção de etanol.
- Inacreditável... Agora ninguém segura o Brasil tri-campeão de Pelé.
- Perdoe-me corrigi-lo, seu João, mas nós somos penta.
- Que ótimo!! E quem é o atual técnico?
- Dunga, senhor. Mas eu preciso dizer...
- O que? Aquele perna-de-pau? Você tá brincando comigo?
- Falo sério, senhor. Mas insisto preciso...
- Bem, ainda que o nosso etanol deu certo, né? Pelos meus cálculos o petróleo deve estar com seus dias contados.
- Não, exatamente, seu João. Novos postos foram encontrados. Temos petróleo para muitos anos. O Brasil em breve se tornará o 4° maior produtor do mundo.
- Até que enfim os Estados Unidos vão nos respeitar, né?
- É... Eles é que estão afundados em dívidas e à beira da recessão. O "Financial Times" indicou o Brasil como um salvador para os investimentos diante da crise deles e o "Economist" disse esta semana que o Brasil começa a se comportar como um país sério na economia.
- Bem diante de tanta boa notícia, você só pode ter me acordado para dizer que um brilhante cientista brasileiro encontrou a cura para minha doença, não é?
- Senhor, é o que venho tentando te explicar. Lamento, mas, nosso hospital parou de receber recursos, pois, estava envolvido num esquema de corrupção para desviar dinheiro público. Aí, senhor, já viu, né? Faltou gaze, esparadrapo e hoje vieram cortar a luz.
- É... Então as coisas não mudaram tanto assim. O doutor veio me dizer então que eu vou morrer, não é isso?
- Não, seu João, vim dizer para o senhor ter fé. Talvez Deus seja mesmo brasileiro. Se Ele fez todos esses milagres mesmo com todos os políticos incompetentes e corruptos que nós temos, talvez Ele também se compadeça do senhor. Afinal há vinte anos atrás seria mais fácil acreditar em curas miraculosas do que imaginar que um dia o Brasil, poderia, apesar dos pesares, sair de seu subdesenvolvimento.
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