segunda-feira, 14 de abril de 2008

Relaxa e Goza

       Apesar da recente declaração de nossa Ministra do Turismo ter chocado nossa população, ela não trouxe nada de novo para realidade brasileira. Ora, convenhamos que desde que se estabeleceu que não havia pecado ao sul do Equador, o português relaxou. Relaxou, gozou e assim nasceu o povo brasileiro.

            Diante do que nos parece inevitável acabamos sempre relaxando. Nesse relaxamento sempre encontramos outros gozos. O gozo num sentido psicanalítico não é apenas o orgasmo sexual é em última instância encontrar satisfação. Assim como nos desvios sexuais, onde o prazer pode ser experienciado em situações de sofrimento, o povo brasileiro parece estar acostumado a gozar com o próprio sofrimento.

            Esse gozo pervertido, é envolto num enorme prazer da conservação dos pequenos dogmas da cultura brasileira. Orgulhamo-nos em ser o país do futebol, em pensar que Deus é brasileiro e gozamos com as nossas CPIs de cada dia que desmascaram mas não punem os descarados.

            Dessa maneira, nossa ministra sexóloga foi infeliz na declaração mas feliz no diagnóstico. Nosso gozo é  um gozo pervertido, como diz José Simão, articulista da Folha de S. Paulo, "Nóis sofre mas nóis goza". Podemos apelar também para o nosso filósofo cervejeiro Zeca Pagodinho que diz: " ruim mas bom".

            Agora enquanto relaxamos, muitos poderosos gozam. Gozam de imunidade parlamentar, gozam do direito de relaxamento de prisão e gozam da nossa cara. Gozação mesmo é achar graça na falta de estrutura do país. Isso, entre outras tantas gozações e humilhações impostas à inteligência do povo brasileiro sim, é inconcebível e inaceitável.

Fabrício Siqueira

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